Saiba como calcular a rentabilidade real dos investimentos

Saber calcular a rentabilidade real dos investimentos é essencial para quem quer aplicar seus recursos, montar um portfólio e estar ciente da realidade dos seus ganhos. 

O ganho real de uma aplicação financeira é o lucro descontado da inflação do período investido.  Isso é o que de fato representa o ganho do investidor no longo prazo.

É muito comum o investidor avaliar apenas a rentabilidade bruta baseada no valor de entrada e saída de um ativo ou investimento. E ainda faz isso sem considerar os custos e as taxas de custódia e administração, além do imposto de renda e inflação.

Iremos abordar neste artigo o que é necessário para calcular a rentabilidade real dos seus investimentos. Dessa forma, poderá aplicá-la no dia a dia de forma a garantir que está tendo realmente lucro em suas operações.

Afinal, o que é rentabilidade real dos investimentos?

A rentabilidade de um investimento nada mais é do que o percentual de valorização que ela teve em um determinado intervalo de tempo.

Ela pode ser classificada em:

  • Rentabilidade Bruta: o valor que rendeu a aplicação, sem considerar quaisquer custos, taxas, tributos e impostos. Sem olhar para taxas como custódia, administração, corretagem, emolumentos ou mesmo Imposto de Renda devido. Também não se leva em consideração a inflação do período.

Por exemplo: se você comprou um ativo por R$ 100 e vendeu por R$ 120, você obteve um lucro bruto de R$ 20, com uma rentabilidade bruta de 20%.

  • Rentabilidade Líquida: seria a rentabilidade bruta descontados os custos, taxas, tributos e impostos.

Seguindo no exemplo, se ao vender por R$120,00 incorreu em R$4,00 entre custos, taxas e imposto de renda. Portanto, seu investimento teve um lucro líquido de R$16,00 e uma rentabilidade líquida de R$16%.

  • Rentabilidade Real: refere-se à rentabilidade líquida descontada a inflação do período e seu método de cálculo será explanado abaixo.

Como calcular a rentabilidade real de um investimento?

Há classes de ativos, vinculados à inflação do período em que a rentabilidade real pode ser determinada a priori, pois são indexados a ela. 

Por exemplo, uma aplicação em Tesouro Direto IPCA+6 indica que o investimento será remunerado em 6% ao ano acima da inflação do período medida pelo indexador IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Esse é um dos índices de inflação mais tradicionais e importantes do Brasil. 

Desse investimento bastaria descontar as taxas de administração (normalmente zero para títulos do Tesouro) e o imposto de renda. Deve-se observar que entre os títulos do Tesouro Nacional há aplicações com resgate de juros semestrais. 

Já para a maioria das classes de ativos é necessário calcular a rentabilidade líquida para cada caso. Isso se faz considerando a rentabilidade bruta e descontadas todas as taxas, emolumentos, tributos e impostos incidentes. Com os dados da rentabilidade líquida e da inflação do período, é possível apurar a rentabilidade real através da seguinte fórmula:

Rentabilidade Real = { [ (1 + Rentabilidade Líquida) / (1 + Inflação) ] – 1} x 100

Seguindo em nosso exemplo, suponha que a inflação do período foi de 10% entre a compra e a venda do ativo em questão.

Dados:

  • Rentabilidade bruta = 20% (já foi utilizada no cálculo de rentabilidade líquida)
  • Rentabilidade líquida = 16% = 0,16
  • Inflação do período = 10% = 0,1

Rentabilidade Real = {[ (1 + 0,16 )/(1+0,1)]-1}x100 = 5,45%

Observe a diferença entre a rentabilidade bruta de 20% para a rentabilidade real de 5,45%. 

Imagine agora que a venda do ativo foi executada a R$113,00, considerando-se que os custos, emolumentos, taxas e imposto de renda foi de R$3,00.

  • Lucro Bruto = R$13,00
  • Rentabilidade Bruta = 13% (para os R$100,00 investidos)
  • Lucro Líquido = 13 – 3 = R$10,00
  • Rentabilidade Líquida = 10%

Com uma inflação para o período de 10%:

Rentabilidade Real = {[ (1 + 0,1 )/(1+0,1)]-1}x100 = 0% 

Dessa maneira, não houve ganho real no investimento. Nesse cenário, teria sido mais interessante investir em outras classes de ativos que pudessem ao menos trazer rendimentos reais, isto é, ganhar da inflação. 

Para tanto, os já citados títulos do Tesouro IPCA+ ou mesmo CDBs, LCIs, LCAs vinculados ao IPCA ou à SELIC seriam opções de renda fixa melhores de investimento.

Destaca-se que este exemplo foi apenas ilustrativo de cálculo de rentabilidade para uma única operação em um único ativo. O ideal é montar uma carteira de investimentos adequada ao perfil do investidor, dividindo a exposição aos riscos e também com diversificação de prazos de investimento. Dessa forma, garante-se um retorno mais consistente ao seu portfólio.  

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