Ethereum 2.0: e a atualização?

Antes de falar do Ethereum 2.0, é necessário contextualizarmos do que se trata. O Ethereum (ETH) é um projeto com sistema de blockchain descentralizado. Ele atua como plataforma para várias criptomoedas para a execução de smart contracts e aplicativos também descentralizados.

A origem do Ethereum se deu no final de 2013, a partir de um white paper escrito por Vitalik Buterin. Após o encontro no ano seguinte, Buterin e outros oito cofundadores passaram a se concentrar no Ethereum para criarem uma plataforma de software global descentralizada alimentada pela tecnologia blockchain. Sua criptomoeda nativa é o Ether (ETH).

Qualquer pessoa pode empregá-lo para originar uma tecnologia digital segura. Ademais, o trabalho no suporte ao blockchain é pago por meio de token (representação digital de um ativo real). Porém, os participantes também podem usar esse token para adquirir bens e serviços tangíveis.

O principal objetivo do Ethereum é o alcance mundial da sua plataforma para aplicativos descentralizados. Os usuários podem construir e executar softwares sem censura, tempo de inatividade e eventuais fraudes. Afinal, é operada em uma rede global de distribuição através dos nós públicos.

Funcionalidades do Ethereum

O Ethereum é uma plataforma de blockchain pioneira nos smart contracts. Foi projetado para:

  • diminuir o número de intermediários;
  • baixar os custos;
  • aumentar a confiabilidade da transação ao registrar os dados do contrato inteligente na blockchain. 

Outra importante funcionalidade é a capacidade de suportar outras criptomoedas em razão do seu padrão ERC-20 de compatibilidade. 

Assim, mais de 280 mil tokens compatíveis já foram lançados. Mais de 40 são parte das 100 principais criptomoedas por capitalização de mercado, tais como USDT, LINK e BNB.

O Ethereum foi pensado para ser escalável, programável, seguro e descentralizado. Desenvolvedores e empresas criam tecnologias utilizando-no como base para transformar setores e o nosso dia a dia.

Trata-se da principal plataforma para a criação de tokens. Com ela, não é mais necessário investir tempo e recursos em serviços de programação para desenvolver uma nova blockchain. 

A rede também disponibiliza protocolos para a criação de ativos fungíveis e não fungíveis. E o que isso significa? Além de criptomoedas, é possível utilizar o blockchain do Ethereum para desenvolver produtos digitais:

  • Jogos.
  • Músicas e filmes.
  • Cupons ou IOUs (comprovante de dívida).
  • Produtos exclusivos – como os NFTs (non-fungible tokens), diferentes das criptomoedas por serem tokens únicos e indivisíveis.

De todas as criptomoedas e blockchains, o Ethereum é um dos mais populares. Ele perde apenas para o Bitcoin em termos de participação de mercado. O Ethereum está se tornando cada vez mais disseminado em 2022, e o Ether vem crescendo em valor. Mas sua atualização trouxe muitas mudanças. Será que ainda vale investir no Ethereum? Vamos explicar o que mudou.

Ethereum 2.0: o que melhorou? Por que não consegue atrair novos usuários?

Para que qualquer criptomoeda cresça e sobreviva, deve manter um fluxo constante de usuários. É muito cedo para dizer com certeza, e com a ressalva de que estamos em um inverno cripto. Contudo, a fusão bem-sucedida do Ethereum não conseguiu trazer novos usuários para seu ecossistema.

 Fonte: Glassnode Studio.

Como o gráfico acima ilustra, a fusão falhou em trazer uma onda de novos usuários para a blockchain.

Como a fusão afetou a taxa de transferência da transação?

Fonte: YCharts.

Vejamos os dados on-chain fornecidos pela Coin Metrics. O número médio de transações processadas pelo Ethereum permaneceu praticamente o mesmo após a atualização. Isso tornou o argumento de escalabilidade para PoS (Proof of Stake) um debate difícil no momento.

E os custos de transação?

Mas talvez o maior impedimento para novos usuários entrarem no ecossistema Ethereum seja o custo extremamente alto das transações “gas fees”. Ainda assim, muitos investidores acreditam que a fusão finalmente proporcionará uma redução significativa nas taxas – o custo necessário para realizar uma transação de qualquer tipo na blockchain do Ethereum.

Fonte: YCharts.

O gráfico acima mostra que as taxas de gás do Ethereum caíram consideravelmente no ano de 2022. No entanto, essa queda está relacionada à perda de interesse pelo projeto. Esta, por sua vez, provavelmente encontra-se vinculada à perda no preço do ativo subjacente.

Ethereum 2.0: redução no consumo de energia

O único verdadeiro sucesso na pós-fusão do Ethereum 2.0 foi a tão esperada redução no consumo de energia. As estimativas são de que o uso de energia caiu de 95% a 99%.

Ainda é indeterminado se isso comprometerá a segurança do ecossistema, trará resistência à censura e outras possíveis consequências ainda desconhecidas. Mas essa redução é a pedra angular da fusão.

Embora seus efeitos positivos possam não ser vistos por algum tempo, certamente ajudará no sucesso do Ethereum. Com a atualização, o mundo só ampliará seus regulamentos de conservação de energia. Isso também pode ser o que atrairá mais pessoas a bordo, conforme o mundo se torna ecologicamente consciente (ESG).

Fonte: DecentReviews.

Esse foi o melhor valor agregado pós-fusão. Mesmo que todas as outras esperanças sejam em vão, o aspecto energético se mostrará cada vez mais crítico. Isso beneficiará o Ether nas próximas décadas, ainda nem começamos a ver os efeitos dessa redução. Então, ainda que apenas por esse motivo, a fusão foi bem-sucedida.  

Conclusão

O cenário para o Ethereum parece muito promissor:

  • Um mercado aquecido por DeFi (finanças descentralizadas), NFTs e metaversos – muitos deles construídos em sua plataforma.
  • Alta liquidez do ativo.
  • Um ecossistema mais verde.
  • Alta velocidade das transações.

A competição hoje é um problema. Projetos como Cardano (ADA), Avalanche (AVAX), Polkadot (DOT) e Solana (SOL) também permitem a criação de contratos inteligentes. Além disso, possibilitam igualmente o desenvolvimento de aplicativos descentralizados, e por isso têm arrebanhado muitos dos investidores do Ethereum.

Também é preciso atentar para os rumos das DeFi. Em 2017, tivemos uma explosão de ICOs (Initial Coin Offerings), dos projetos de startups construídos no Ethereum e do lançamento de tokens ERC-20. Contudo, muitos desses projetos sequer foram efetivamente lançados ou se tornaram lucrativos, levando à fuga de desenvolvedores e investidores.

Esse momento parece ter sido superado, e as DeFi demonstram que vieram para ficar. Isso também impulsiona o preço do ETH com o lançamento de mais e melhores projetos na plataforma. Para isso, o modelo PoS, com aumento da velocidade das transações e custos mais baixos, é fundamental.

Entretanto, por ser a mais antiga da segunda geração de criptomoedas, o Ethereum já foi submetido a múltiplos testes de estresse. Dessa forma, é esperada uma crescente valorização do ETH e a adoção maciça à rede – que já é conhecida por sua segurança e difusão global.

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