É hora de investir em criptomoedas? 

Quando o assunto é investir em criptomoedas, não devemos apostar em moedas, mas sim em sua tecnologia. Ao colocarmos nosso dinheiro em protocolos descentralizados, trocamos valor monetário por uma entrega gerenciada por um código de programação

Projetos como Ethereum, Solana, Cardano e Fantom oferecem em sua blockchain a possibilidade de que aplicativos descentralizados sejam criados do zero.

Temos as DEX (corretoras descentralizadas) que facilitam a negociação P2P (pessoa para pessoa). Elas contam com contratos inteligentes automatizados para executar negociações sem um intermediário.

Há ainda as DeFi (finanças descentralizadas), que se preocupam principalmente com ativos digitais. Elas estão relacionadas ao desenvolvimento de produtos e serviços financeiros para a nova criptoeconomia. 

Devemos tomar como base para o racional de investimentos em criptoativos a tecnologia que cada um propõe. Com isso, poderemos montar um portfólio diversificado em grupos tecnológicos que possuem grande potencial no médio prazo. Algumas premissas devem ser levadas em consideração na hora da montagem de um portfólio: 

  1. Ser o mais resistente possível a acontecimentos negativos. 
  2. Ter exposições que se beneficiem de momentos de queda. 
  3. Poder aproveitar oportunidades enquanto os demais investidores se encontram no desespero. 

O objetivo é que novos aportes sejam feitos e distribuídos na carteira cripto ao longo do tempo. Isso deve ser realizado, porém, respeitando a fatia estabelecida para a criptomoeda dentro do capital total de investimento. 

Investir em criptomoedas: potenciais de valorização e de depreciação

Investir em criptomoedas com boas tecnologias garante potencial de valorização referente aos preços correntes na janela de 4 a 12 meses. Em sua carteira, você vai adquiri-las gradualmente, aproveitando as correções para comprar a preços menores. 

O objetivo será sempre manter suas posições e aguardar enquanto o mercado reage. Assim, você pode obter lucros de forma segura, pautados em movimentos de mercado. A não ser que a criptomoeda esteja mostrando alguma fragilidade – isso é um sinal de que você deve:

  • reduzir gradualmente as posições no ativo;
  • ou evitar aumentos até que a criptomoeda se estabilize. 

Ressaltando que alguns projetos estão em estágios iniciais, com grande potencial em seus fundamentos. E o que significa “estágio inicial”? Quer dizer que pode demorar algum tempo para engrenar e pegar uma tração adequada. Mas futuros lançamentos dentro do projeto vão desbloquear altas valorizações exponencialmente. 

Quando a criptomoeda tem potencial de depreciação, isso pode acontecer a qualquer momento. O ideal é vender as posições e evitar um declínio significativo do valor global do seu portfólio. 

O mercado de criptomoedas 

O mercado de criptomoedas, principalmente o Bitcoin (BTC), segue em forte correlação com S&P 500 e NASDAQ

O Fed (Federal Reserve System) vem subindo consideravelmente a taxa de juros além das expectativas do mercado. O intuito é conter a inflação à espera de que a economia possa voltar a  aquecer de maneira salutar. Assim, pode haver um ponto de inflexão na taxa de juros. 

Vemos também um forte risco ascendente para as subidas do BCE (Banco Central Europeu). Esses dois aspectos juntos devem sustentar o impulso de risco no curto prazo. 

Enquanto a NASDAQ não engatar uma alta nas criptomoedas, estas também não devem ter uma reversão em sua tendência. Importante observar as big techs americanas (MSFT; GOOG; TSLA; AMZN; AAPL) como parâmetro para mudanças no sentimento dos investidores. 

Enquanto isso, as coisas não estão boas para o mercado cripto. Para o Bitcoin, o preço pode cair ainda mais em meio a:

Você deve comprar BTC agora? A resposta rápida é “provavelmente não”.

O pano de fundo macro para Bitcoin é de baixa. Analisamos várias métricas on-chain/fluxo para Bitcoin que são otimistas e mostram que a rede do BTC segue saudável. Então, no geral, estamos de neutros a levemente baixistas.

Portanto, se você tem um horizonte de duas a quatro semanas, pode não ser o melhor momento para comprar Bitcoin.

Se seu horizonte é daqui a alguns anos, a região em que se encontra é um bom ponto para compras pontuais e graduais.

Por que o preço do BTC caiu? 

Os mercados de criptomoedas quase pareciam ter imunidade parcial à venda de tecnologia e à crescente aversão ao risco. Mas a recente ação de preço acabou com essa noção.

Houve relativa estabilidade do Bitcoin entre meados de janeiro e meados de abril, quando a tendência consistia em altas e baixas mais altas. Mas era simplesmente a calmaria antes da tempestade. O Bitcoin caiu 70% desde sua alta, em novembro de 2021, a US$ 67.734. E provavelmente há mais por vir. 

Os mercados de criptomoedas não ficaram imunes ao suporte da alavancagem barata nos mercados fiduciários. Afinal, a criptomoeda oferece o sonho tecnológico de escalabilidade e arbitragem regulatória. 

Ademais, a correlação do Bitcoin com a NASDAQ aumentou acentuadamente quando as taxas de juros dos EUA começaram a subir. Esta é uma ocorrência comum ao longo da história. Se a torneira de liquidez é fechada, geralmente por bancos centrais aumentando as taxas, a correlação entre ativos diversos dispara. Desta vez não parece diferente. 

Bitcoin e a revolução criptográfica não são mais nascentes. Ocorreu a extensão do blockchain, e as DeFi ganharam terreno sobre as finanças tradicionais. Assim, essa nova classe de ativos está reformulando o cenário de investimentos. Caso esteja interessado num investimento de longo prazo, diversificar uma pequena porção do portfólio com Bitcoin potencialmente vale a pena.

No entanto, também notamos que o Bitcoin é extremamente volátil. Isso significa que experimenta grandes movimentos de preços em curtos períodos. Antes de investir em criptomoedas como o Bitcoin, entenda os riscos envolvidos: você pode perder todo ou grande parte do seu investimento. Nunca invista dinheiro que não pode perder. 

Para investir em criptomoedas, devemos ter em mente que tokens de criptografia são diferentes de qualquer classe de ativos tradicionais. E, entre eles, também são todos diferentes. 

Só porque você entende de Bitcoin, não significa que saiba como o Ethereum funciona. Na Investfy, fazemos questão de apresentar diversos protocolos e tecnologias aliados a profundos estudos de fundamento e gráfico para montagem de carteiras. 

Investir em criptomoedas na prática

Para comprar BTC ou qualquer outra criptomoeda, você precisa ter acesso a uma exchange de criptomoedas. Uma troca de criptografia é onde compradores e vendedores se encontram para trocar:

  • dinheiro por moedas;
  • moedas por outras moedas;
  • moedas por dinheiro.

Muitas opções estão disponíveis, como Coinbase, Binance.com ou FTX. Cada uma vem com várias estruturas de taxas, portanto pesquise a melhor para suas necessidades. Você também precisa de acesso a uma carteira de criptomoedas para armazenar Bitcoin e outras.

Indicamos uma cold wallet como Ledger ou Tezos. Essa carteira para criptomoedas armazena as chaves públicas e privadas fora do ambiente digital. Ou seja, essas soluções de armazenamento não utilizam a internet. Por isso são mais seguras contra ataques de hackers e problemas nos servidores. 

As criptomoedas podem ser bastante voláteis, conforme comentamos sobre o Bitcoin. Uma maneira de lidar com a volatilidade é usar a média do custo do dólar (Dollar-Cost Averaging).

Trata-se de uma estratégia em que você divide o valor total que deseja investir em compras periódicas do ativo-alvo. Significa simplesmente que você investiria a mesma quantia em dólares a cada mês ou trimestre, independentemente das tendências do mercado. 

A ideia é que, quando os preços estão altos, você pode comprar menos do ativo. Mas, quando os preços estão baixos, você pode comprar mais. Quando o mercado se recupera, você se beneficia por ter adquirido mais ações pelo preço mais baixo. Observe que usar essa estratégia nem sempre resultará em lucro ou necessariamente o protegerá da queda dos preços.

Com o cenário de criptomoedas tão volátil e diversificado, o gerenciamento de risco em um portfólio é fundamental. Isso significa essencialmente dimensionamento e diversificação da posição – como em qualquer outro tipo de investimento tradicional. 

Risco é apenas dimensionamento. Então, se você acha que Bitcoin é muito arriscado, pode dimensioná-lo em 0,1% ou 0,001% do seu portfólio. “Muito arriscado” nunca é uma razão para não possuir um ativo. Se algo é de valor esperado positivo, ajustado ao risco e à correlação relativamente baixa, você deve possuí-lo. 

Conclusão 

Bitcoin e outras criptomoedas são investimentos especulativos se seu horizonte for de curto prazo, em nossa opinião. Não acreditamos que o Bitcoin se encaixe nos modelos tradicionais de alocação de ativos no momento. Afinal, não é uma mercadoria tradicional, como ouro, nem uma moeda tradicional. 

Se você deve investir em criptomoedas? Isso depende de seu perfil, seus objetivos e suas preferências como investidor, como acontece com qualquer ativo ou título. Sugerimos que todos encarem como um investimento especulativo e considerem a alta volatilidade e os riscos envolvidos. 

Para quem possui portfólio diversificado e plano de investimento de longo prazo, vemos as criptomoedas como complementares ao portfólio tradicional.

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